Artistas

Belmiro

1877 – 1935

Belmiro Barbosa de Almeida, pintor, escultor, caricaturista, poeta, escritor e jornalista.

Foi para O Rio de Janeiro aos 11 anos de idade estudar na Liceu de Artes e Ofícios.

Em 1877, com 19 anos, ingressa na Academia Imperial de Belas Artes.

Em 1883 foi nomeado restaurador da pinacoteca da Academia, tendo realizado trabalhos de restauração e conservação. A Academia Imperial, na época, mantinha fortes vínculos conservadores, sustentados, na maioria dos casos, pelos reacionários.

Nas vésperas da proclamação da república, surge um grupo de jovens dispostos a abrir novos rumos para as artes plásticas no país. Nesse grupo estava Belmiro, de espirito irrequieto e contestador, reagindo contra os velhos hábitos conformistas, já à sombra de um regime político em extinção. Rebelde, em virtude de sua forte personalidade, sofreu duras represálias, superadas por seu duro caráter.

Concluído o curso da Academia e não conseguindo do governo mineiro uma pensão para que pudesse aperfeiçoar-se no exterior.

Esteve em Roma, seguindo, logo após, para Paris, onde frequentou o atelier de Jules Lefebvre, um dos mestres do academicismo eclético mais conceituados da época.

Os trabalhos desta época produziram forte impressão no meio cultural brasileiro, havendo até quem o considerasse um autêntico renovador.

Intimamente, vivia o conflito da grande agitação renovadora da fase impressionista em decadência, da pós-impressionista comandada por Cèzane, Gaughin e Van Gogh, e dos ensinamentos e formação absolutamente classicista que obteve até então.

Concorreu a vários Salões parisienses, realizou individuais, onde já denotava a queda pelos temas do quotidiano, tirados da vida comum entre a sociedade culta, representando sempre mulheres belas e seus afazeres.

Desenhista reconhecidamente de primeiro nível, seus trabalhos nessa técnica eram profundamente detalhistas, a tal ponto que era perceptível que a cor nada mais significava do que a mera extensão do desenho, acentuando lhe mais a condição de desenhista do que de pintor. Daí a harmoniosa postura de suas cores leves, delicadas e sem empastamento.

Retorna ao Brasil em 1890, aproximadamente, fazendo no mesmo ano sua primeira exposição individual, num barracão do Largo São Francisco, no Rio de Janeiro, onde funcionavam cursos livres de pintura.

Em 1891 expõe na Intendência Municipal do Rio de Janeiro a alegoria Apoteose de 15 de Novembro. A convite de Rodolfo Amoedo, ocupa a cadeira de Desenho Figurado da ENBA, em substituição a Pedro Weingartner, do que se desincumbe em 1896. Posteriormente seria recontratado pela mesma academia, para reger a cadeira de Desenho de Modelo Vivo, em 1916.

Da vida boêmia, bem humorada e de espírito humorista, desenhista excepcional que era, passar para a caricatura foi um pulo. Sua caricatura era feroz, enchendo páginas de jornais e revistas com piadas contundentes.

Belmiro de Almeida também foi um grande retratista e nessa categoria está classificado pelo Benezit. De cultura artística eclética, como escultor deu razoável contribuição às artes, produzindo grupos de figuras caricatas em bronze.

Retorna definitivamente à Europa, fixando residência em Paris. Expôs na Sociedade dos Artistas Franceses em 1923.

Fonte

Lousada, Júlio, 1940 – Artes Plásticas: seu mercado: seus leilões/ Júlio Louzada; (prefácios Mino Carta, Pietro Maria Bardi). –São Paulo: J. Louzada, 1984.

Obras do artista

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